Escrever é coisa de homens!
Uma mulher só tem sucesso como autora se escrever no mesmo estilo do de um homem!
As mulheres devem escrever sobre o que sabem fazer: cuidar da casa e da família.
Esta é a vida de Luísa Grande, a https://amadeira.pt/wp-content/uploads/2021/10/laboratory-2815641_1280.jpga que assinava os seus livros como Luzia e que mostrou por que razão “não é o vestido que faz a mulher, mas é a mulher que faz o vestido.”
LUZIA, é o segundo volume da coleção VIDAS (DES)CONHECIDAS e conta com o apoio da Câmara Municipal da Calheta.
Já está disponível nas principais livrarias e em GAUDEAMUS.PT.
VIDAS (DES)CONHECIDAS: LUZIA de Xavier Miguel e Teresa Vieira
Era uma vez uma menina chamada Luísa, que cresceu entre as cidades de Portalegre, do Funchal e de Lisboa. Já mulher, casou por amor, instalando-se com o marido no Jardim do Mar, na Calheta.
Também viveu em França, por questões de saúde, e lá ajudou soldados feridos na Grande Guerra, lendo-lhes e escrevendo-lhes cartas para as suas famílias. Viajou por muitos lugares, conheceu muitas pessoas e viveu muitas aventuras ao longo da sua vida.
Um dia a Luísa começou a escrever inspirada no que viveu e tornou-se uma aclamada https://amadeira.pt/wp-content/uploads/2021/10/laboratory-2815641_1280.jpga, com o nome de LUZIA. Esta é a sua vida.
A coleção VIDAS (DES)CONHECIDAS
Em junho de 2018, a IMPRENSA ACADÉMICA editou uma versão adaptada ao português moderno da primeira obra de Luzia, Os que se divertem (A comédia da vida), iniciando a coleção ILUSTRES (DES)CONHECIDOS.
Já em novembro de 2021, inspirada na filosofia da coleção referida da IA, a CADMUS, sua editora-irmã, apresentou ao público VIDAS (DES)CONHECIDAS, coleção de livros para a infância, destinados a dar a conhecer a vida e o trabalho de personalidades de origem madeirense, cujo legado é uma inspiração para todos nós.
O primeiro foi VIDAS (DES)CONHECIDAS: LOURDES CASTRO, cuja versão não impressa chegou a ser conhecida pela artista e que contou com o Alto Patrocínio do Presidente da República.
O segundo volume, que aborda a vida de outra grande mulher da história moderna nacional, é VIDAS (DES)CONHECIDAS: LUZIA, a autora que inspirou a ACADÉMICA DA MADEIRA no trabalho de recuperação do legado literário da Madeira. Esta é a vida uma mulher https://amadeira.pt/wp-content/uploads/2021/10/laboratory-2815641_1280.jpga que singrou num mundo de homens https://amadeira.pt/wp-content/uploads/2021/10/laboratory-2815641_1280.jpges, em tempos de convulsão.
Luísa Grande, LUZIA
Luísa Susana Grande de Freitas Lomelino, nasceu, em 1875, no Alentejo, em Portalegre, de onde era originário o pai, Francisco Grande, na Quinta das Cruzes. Foi batizada Luiza o nome da mãe, que não sobreviveu ao parto.
Passou parte da infância no Funchal, numa outra Quinta das Cruzes, que era a casa dos morgados Freitas Lomelino, os seus avós maternos.
Perdendo o pai muito jovem, Luísa Susana e a irmã, Ana Luísa, voltaram para Portalegre para serem educadas pela tia materna, seguindo posteriormente para o Colégio das Salésias, em Lisboa.
Na juventude, descobre o gosto pela escrita, aventurando-se publicar o conto A Lenda das Estrelas, no Correio da Manhã, em 1894. O fraco sucesso, desencorajou-a a publicar mais, limitando-se ao seu diário.
Já adulta, regressa ao Funchal, para viver com a avó Ana Welsh na Rua dos Netos, não longe do Clube Funchalense. Entretanto, apaixona-se por um tenente da marinha real, Francisco João, membro da família dos Couto Cardoso, os morgados do Jardim do Mar. Depois de uma lua de mel na Quinta das Cruzes, mudam-se para o solar de Nossa Senhora da Piedade, no Jardim do Mar, Calheta.
Longe de ser um mar de rosas, a vida de casada é triste e solitária para Luísa e, 1910, com a Implantação da República e a aprovação da lei do Divórcio, separa-se de Francisco e volta para Lisboa.
Os seus problemas de saúde levam-na primeiro a Sintra e, mais tarde, a Pau, em França, ao sanatório Hameau. Durante a estadia, estala a I Grande Guerra e o sanatório passa a funcionar também como hospital militar.
Luísa Grande, em vez de fugir de França, dedica-se aos soldados feridos, visitando-os e tornando-se na sua secretária de serviço, lendo-lhes e escrevendo-lhes as cartas que estes trocavam com as famílias.
Viaja por vários países europeus antes de regressar a Lisboa e começar a frequentar os círculos intelectuais da cidade. Trava amizade com algumas das mais importantes figuras da sociedade portuguesa, como a poetisa e ativista Maria Amália Vaz de Carvalho.
É Maria Amália quem, deliciando-se com os seus relatos, a incentiva a retomar a escrita. Em vida edita, oito livros, deixando outros prontos para publicação.
Alterando a grafia do seu nome LUIZA adota o pseudónimo de LUZIA, com o qual passará a assinar os seus escritos.
As suas obras tornaram-se muito populares desde o primeiro momento, granjeando-lhe admiração. A argúcia do seu discurso rendeu-lhe o epíteto de “Eça de Queiroz de saias”, grande elogio para que quem como ela, adorava os livros desse autor. Passou os seus últimos anos na Madeira, sofrendo de vários males que lhe limitaram os movimentos.
Muito querida pelos amigos, estes visitavam-na e escreviam-lha as cartas, tal como ela havia feito aos soldados feridos, em Hameau.
Em 1945, depois de muito sofrimento, faleceu aos 70 anos, na Quinta Carlos Alberto, à Rua do Jasmineiro.
Sobre o autor
Xavier Miguel é ator e encenador funchalense, nascido em 1993. Começou a formação nas artes de palco no Conservatório – Escola das Artes da Madeira, licenciou-se na Escola Superior de Música e Artes do Porto, e terminou o mestrado em Estudos Regionais e Locais na Universidade da Madeira.
Integrou o Teatro Experimental do Funchal e o Teatro Viv’Arte e fundou, em 2011, o Teatro Bolo do Caco, de que é responsável.
Em 2012, foi destacado na categoria de Artista, nos Mais pelo Diário de Notícias da Madeira.
Em 2019, foi o diretor artístico do Festival de Teatro de Rua do Funchal, uma parceria do Teatro Bolo do Caco, da Câmara Municipal e da Fundação INATEL. Está envolvido em visitas encenadas a museus e ao Teatro Municipal de Baltazar Dias, no Funchal, e ao Solar do Ribeirinho, em Machico.
Escreveu algumas peças de teatro encenadas em vários pontos do país, bem como adaptou para teatro radiofónico de A Mão de Sangue e Os Mistérios do Funchal de João Augusto de Ornelas e Ciríaco de Brito Nóbrega. Estas versões foram emitidas pela emissora 88.8 JM-FM, com o apoio da Câmara Municipal do Funchal e da ACADÉMICA DA MADEIRA.
Em 2021 e 2022, foi 3.º lugar do concurso literário Conta-me uma História.
VIDAS (DES)CONHECIDAS: LUZIA, lançado pela CADMUS, é o seu primeiro livro editado pela ACADÉMICA DA MADEIRA.
Sobre a ilustradora
Teresa Vieira é uma artista e ilustradora madeirense, nascida na Venezuela, em 1997, país onde passou a infância e a adolescência.
Começou a sua formação nas artes plásticas, em 2015, na Arturo Michelena, escola de Artes da cidade de Carabobo, que homenageia um dos maiores vultos sul-americanos da pintura do século XIX, e posteriormente licenciou-se em Artes Visuais pela Universidade da Madeira.
Desde 2019, integrou mostras coletivas expostas na Galeria.a – Cine Teatro de Santo António (Funchal), na Galeria Francisco Franco e até no Teatro Municipal de Baltazar Dias, sob a orientação de, entre outros artistas, Filipa Venâncio e Vítor Magalhães.
Desenvolve livros infantis e juvenis para IMPRENSA ACADÉMICA e para CADMUS, realizando ilustrações com várias técnicas plásticas ou recorrendo a ferramentas digitais.
Em 2022, apresentou, em coautoria, na 48.ª Feira do Livro do Funchal, LUNA! OUTRA VEZ NA LUA?!, obra de estreia da madeirense Andreia Baptista, e O CAMPEÃO DAS TOLICES, inédito infantil do consagrado autor José Viale Moutinho.
LUZIA é o seu primeiro trabalho a integrar a coleção VIDAS (DES)CONHECIDAS.
Sobre a CADMUS
A CADMUS é uma editora criada pela Académica da Madeira em outubro de 2020, e que funciona em paralelo com a Imprensa Académica.
Focada numa linha editorial mais generalista, a CADMUS tem conjugado autores de reconhecido mérito com novos nomes da escrita e da ilustração em Portugal.
Na vertente infantil, tem-se norteado por obras que valorizam a memória patrimonial da Madeira, bem como o desenvolvimento do gosto pela leitura.
Da primeira, destacam-se trabalhos de Rafaela Rodrigues sobre as profissões tradicionais da Região e a coleção VIDAS (DES)CONHECIDAS, que homenageia madeirenses que, em vários domínios, se afirmaram como nomes incontornáveis, ainda que desconhecidos dos jovens.
O outro fim logra-se em obras com histórias divertidas e adaptadas a diferentes idades.