TRÊS ESTAÇÕES E UM SOLSTÍCIO de Carlos Nogueira Fino

Apresentação na Quinta do Revoredo, em Santa Cruz, a 15 de dezembro, às 18:00. ILUSTRES (DES)CONHECIDOS é uma coleção idealizada pela Imprensa Académica para valorizar o património literário da Madeira.

Os ILUSTRES (DES)CONHECIDOS passam a incluir outro volume de poesia, este da autoria de Carlos Nogueira Fino. TRÊS ESTAÇÕES E UM SOLSTÍCIO é um inédito que reúne a sua produção poética realizada durante o período mais difícil da Pandemia de Covid-19, em 2020.

Trata-se de viagem ao interior mais profundo da alma, descrita de uma forma que só a Poesia consegue.

O lançamento decorrerá em Santa Cruz, município de residência do autor, há anos, e cuja Câmara Municipal apoia a iniciativa. Vizinha da icónica capela de Santo Amaro, a antiga Quinta do Revoredo, atual Casa de Cultura de Santa Cruz, irá acolher a sessão agendada para 15 de dezembro, quinta-feira, a partir das 18.00.

Leonor Martins Coelho, professora e investigadora da Universidade da Madeira, com quem Carlos Nogueira Fino trabalhou nas antologias Cadernos de Santiago I e II (2016 e 2021), ficará a cargo da apresentação.

“[…] cada vez que releio o conjunto, vou parando mais tempo em páginas que nunca são as mesmas.” Carlos Nogueira Fino

TRÊS ESTAÇÕES E UM SOLSTÍCIO

Nas palavras do autor, “este conjunto de poemas […] foi escrito entre os dias 27 de março e 31 de dezembro de 2020”, num trabalho diário. Passaram-se meses e uma nova leitura permitiu-lhe encontrar neles “uma unidade temática e um fio condutor, que me pareceram óbvios”, levando a organizá-los para “publicação respeitando a sua sequência cronológica.”

O próprio título, que só viria a emergir posteriormente, reflete o período temporal da realização dos poemas e organiza-os em quatro grandes partes simplesmente chamadas primavera de 2020, verão de 2020, outono de 2020 e solstício de inverno.

Três poemas integraram a participação de Nogueira Fino em Os Dias da Peste, publicado pela Gradiva, em 2021, por ocasião do Centenário do PEN Internacional 1921-2021. Todos os restantes são inéditos, apresentados ao leitor nesta edição da IMPRENSA ACADÉMICA.

Escrito durante o período mais difícil do combate à pandemia e Covid-19 em Portugal, “é a crónica de uma viagem interior num mundo assolado pela perda, pela saudade e pela pandemia, em busca de sentido”, refere o autor.

O leitor tem a sensação de estar a ler um diário pessoal, em que memórias de momentos e de lugares, se cruzam com recordações de amizades e pensamentos pessoais que alguém que anseia um amanhã melhor.

A obra termina com um poema cuja primeira estrofe indica que “amanhã/nada começa/ […]/ a não ser o ano depois deste” que, como define Carlos Nogueira Fino, “talvez também seja, lá no fundo, um cântico de esperança”.

Para os leitores, que “façam as suas escolhas e mudem de opinião se voltarem a ler tudo do princípio” é o desafio do autor.

Sobre o autor

CARLOS NOGUEIRA FINO nasceu em Évora, em 1950, e vive na Madeira desde 1959.

Licenciou-se em Educação Física em 1973 e, mais tarde, frequentou o curso de Filosofia, na Universidade de Lisboa (UL). Foi oficial da Reserva Naval, de 1974 a 1976.

Docente e investigador em Educação na Universidade da Madeira (UMa), desde 1989, é mestre pela Universidade do Minho e doutor pela Faculdade de Ciências da UL, nessa área de estudo. Foi deputado à Assembleia Legislativa da Madeira, de 1988 a 1996.

Além de várias obras científicas, Carlos Nogueira Fino é autor de livros de crónicas e de poesia e integrou diversas antologias poéticas, como Poeti Contemporanei dell’Isola di Madera (2000, Veneza), ILHA5 (2008, Funchal, com o patrocínio da Funchal 500 anos) ou Cadernos de Santiago II (2021).

Foi distinguido com o prémio Leacock de Produção Literária, em 1987, e foi o primeiro autor a receber o Prémio Literário Edmundo de Bettencourt, em 1996, atribuído pela Câmara Municipal do Funchal, pela obra Arco e Promontório.

Atualmente, é professor catedrático emérito da UMa.

A coleção ILUSTRES (DES)CONHECIDOS

ILUSTRES (DES)CONHECIDOS é uma coleção idealizada pela Imprensa Académica para valorizar o património literário da Madeira. Ao longo dos séculos, muitos escritores e suas obras têm marcado o panorama cultural do arquipélago, ora seguindo os movimentos literários do seu tempo, ora buscando a sua própria individualidade, aumentando a presença insular na literatura portuguesa.

Luzia, Carlos Martins, Ciríaco de Brito Nóbrega, João Augusto de Ornelas, João Cabral do Nascimento, João França, João dos Reis Gomes e José Viale Moutinho são os Ilustres já editados pela Imprensa Académica, aos quais se junta Carlos Nogueira Fino.

Entre romances, contos e narrativas, a coleção ILUSTRES (DES)CONHECIDOS aventurou-se, pela primeira vez, no domínio da poesia, já em 2022, com FÁBULAS de João Cabral do Nascimento, obra apresentada na 49.ª Feira do Livro do Funchal e que resultou do trabalho de Ana Salgueiro e Catarina Claro.

A par de Carlos Nogueira Fino e de José Viale Moutinho, a coleção contará em breve com outro grande nome da literatura do nosso tempo, Irene Lucília Andrade.

Artigo ilustrado com imagem de Dayne Topkin.

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